Hoje acordei...refletindo sobre o que aconteceu comigo a quase 8 anos atrás..é cheguei a conclusão que é preciso ter garra. Hoje não pulo corda, não ando de bicicleta..Recebi uma dura sentença por um crime que não cometi nesta vida. Mas hoje acredito que tudo tem um propósito. Mesmo assim, ainda corro atrás da vida para que ela não corra atrás de mim. Esforço-me para ser campeã dos meus aprendizados. O meu coração é vivo e o sorriso aflora sempre até os cantos das orelhas. Eu estou viva!!!
As vezes, quando estamos nos píncaros do sucesso, somos atirados inexoravelmente ao caos. É chegada a hora de uma marcante mudança de vida. Foi o que aconteceu comigo!!! Em uma madrugada de Abril de 2003 sofri um grave acidente de carro e fiquei em uma cadeira de rodas. Na realidade, um turbilhão de dificuldades nunca imaginadas. Uma jovem mulher reduzida a cabeça, seios e braços. O resto, morbidamente alheio ao meu comando: dormente como se não fosse meu.
Os meus passos foram banidos. Perdi o meu ir-e-vi cheio de graça, de trejeitos. Poderia ter sido uma bailarina na vida, mas tive a vida para bailar, gingar até encontrar os meus próprios caminhos, lapidar os meus cantos, aparar as arestas. Lógico que envidei muitos esforços para reverter o descalabro da situação. Sou guerreira de muitas batalhas para não ser escória de uma sociedade que, geralmente, só aceita os fortes, perfeitos e vencedores, sem entender que a pessoa com deficiência é forte e vencedora de si mesma, compulsóriamente. Deficiência não é uma opção pessoal. É uma parte natural da experiência humana. Mesmo que nos empreste um visual diferente e algumas dificuldades locomotoras, a mente sã cria soluções para tudo. O trabalho devolve-nos sempre o sentimento de utilidade e supera a defasagem do caminhar. Baseada no desafio, integro-me muito bem aos grupos de trabalho e luto por tratamento igualitário, mesmo porque, forjada a ferro e fogo, tenho por lema a coragem, o desejo de vencer, e jamais subjugo às subserviências em busca de protecionismo, benesse, sob o álibi da deficiência. Pelo contrário, preocupo-me em mostrar competência, conquistando respeito pelos meus próprios méritos. Sinto-me adaptada a vida! Sei que ela adaptou-se a mim também. De minha catarse, sou mestra. É por meio de minha cadeira de rodas que ando, lido, participo da vida lá fora e nivelo-me aos demais.
Tenho uma família que me ama e não me castra oportunidades. Pelo contrário, é um nascedouro de forças, incentivos, que me fazem caminhar mesmo sem o uso das pernas. E isso é de importância vital. A vida continua, ainda sou perseguidora de sonhos. As portas me fascinam. A vida ainda acontece inteira no meu coração. Acredito no amanhecer, no poder recomeçar a cada dia. Sou a síntese dos meus desejos, compilação de inércias extáticas, mas, ainda, uma inesgotável fonte de encantamento pela vida, pelos amores, pelo belo, pela arte de fazer verso e acima de tudo pelo amor explêndido que tenho por Deus que é base maior que sustenta a minha vida.

Andréa,fico maravilhado com a sua história, com as suas lutas, com suas conquistas,numa situação dessas que vc vive.Que fé, que coragem, que confiança em Deus!! Eu muitas vezes fico deprimido
ResponderExcluircom tão pouco, com qualquer provação fico desanimado.Esse teu testemunho é um tapa na cara prá mim, dizendo: Acorda, tenha fé,ore,vigie e busque a Deus e vc o encontrará!!!
Escreveu tudinho amiga... persistência é a palavra chave, e o ocorrido foi uma lição de aprendizado... fé vc tem. Só não podemos deixar o desanimo tomar conta.
ResponderExcluirE sabe que força, o seu amigo aki tem pra dar!
enorme bjo
to my beloved brazilian friend
ResponderExcluiryou write very well, you have been trough lot in your life. you are very charming girl and you got lot of spirit. and i love your spirit